Nas pedras observamos as marcas de cada picada de esforço e mestria que lhes deram união e esquadria. As madeiras, com as suas formas aplainadas, mostram a ação genuína do tempo passado.

As praias desertas que eu vi nascer
São horas tão certas do meu crescer
Não julgues que o mar não te traz a mim
Se olhares bem no fundo, tu verás que sim

Eu estou nos cabelos no vento que ao tê-los
Sussurram meu pranto, embalam meu canto
Se entoares bem alto com os pés no areal
E olhares bem em frente, ver-me-ás afinal

Ó, meu amor, eu nunca te esqueço
O meu amor é uma linha que meço
Sem tempo, nem guia, imagem, nem chão
A praia deserta é a tua mão

O medo do azul que vês além
É a ilusão de não estar ninguém
Mas tu tens a fé, e a praia nasceu
Venho com a maré que sempre traz o que é seu

Ó, meu amor, eu nunca te esqueço
O meu amor é uma linha que meço
Sem termo, nem guia, imagem, nem chão
A praia deserta é a tua mão

Ó, meu amor, eu nunca te esqueço
O meu amor é uma linha que meço
Sem tempo, nem guia, imagem, nem chão
A praia deserta é a tua mão

A praia deserta é a tua mão
A praia deserta é a tua mão
É a tua mão

Compositor: Carminho

Sabemos que há territórios que resistem a fórmulas — e é com eles que queremos trabalhar.